Algumas vezes me deparo com uma situação interessante no consultório. Paciente, em sua primeira consulta, já com a documentação ortodôntica feita. Isso significa que ele já esteve com outro profissional buscando informações sobre seu problema e o seu tratamento. De certa forma, essa consulta se torna mais desafiante pois pode representar apenas uma busca por uma segunda opinião, mas também busca por “preço” ou, em alguns casos, por mais segurança profissional.
Por mais indispensável que seja a documentação inicial, devemos ter algum critério ao pedir as análises cefalométricas que auxiliarão no diagnóstico e no planejamento ortodôntico. Todos os centros de radiologia oferecem a possibilidade de escolha de diversas análises, computadorizadas ou não, como parte dessa documentação. A questão principal é: Qual ou quais delas eu devo solicitar?
Obviamente que o instinto inicial é de sempre pedir aquela que o profissional é mais familiarizado ou que aprendeu no seu curso de pós-graduação. Saber interpretar corretamente as informações anatômicas traduzidas em números pode auxiliar nas decisões clínicas, mas nunca se esqueça que o equilíbrio facial é mais importante do que valores angulares e lineares. Além disso, pedir 3,4 ou mais diferentes análises pode levar o profissional à uma perda de foco, pois serão diversas informações, muitas vezes conflitantes, que não trarão nenhum benefício para o diagnóstico ou planejamento. O melhor é aprender a identificar, nas telerradiografias, as diferentes características anatômicas, sobretudo mandibular, dos diversos padrões faciais, independente dos números!