Dados. Essa é a moeda mais valorizada atualmente em qualquer área de interesse. Os dados gerados diariamente, em qualquer lugar do mundo, representam hoje o maior ativo de qualquer empresa, independente da sua área de atuação. Os dados são gerados de diversas formas e podem ser agrupados, minerados e extraídos para se obter informações sobre hábitos de consumo, qualidade de vida, condições sócio-econômicas, doenças, etc. A quantidade de dados gerados diariamente na área de saúde, estabelece um novo patamar para essas diversas profissões e já ultrapassaram a capacidade humana de assimilação e atualização. Nosso cérebro, por mais perfeito que seja, não consegue mais acompanhar tamanha rapidez.
Antigamente, nos anos 50, estimava-se que o conhecimento na área de saúde dobraria a cada 50 anos. Já na década de 80, esse tempo diminuiu para 7 anos, em 2010 para 3,5 anos e a estimativa para o ano de 2020 é que esse conhecimento dobre a cada 73 dias! Humanamente impossível de acompanhar tamanha velocidade! Essa função está sendo transferida para os super-computadores com inteligência artificial (IA).
Grandes computadores com capacidade cognitiva estão “aprendendo” tudo sobre as mais diversas áreas, incluindo a de saúde. A cada instante são alimentados com os diversos dados produzidos ao redor do mundo, que se transformam em “conhecimento”, geram ou melhoram seus algorítimos e produzem respostas precisas de diagnóstico, prognóstico e tratamentos individualizados. Isso é a medicina de precisão ou, mais abrangente, saúde de precisão!
Na Odontologia podemos verificar facilmente a entrada dessa tecnologia, quando nos deparamos com os tratamentos ortodônticos realizados pelas diversas indústrias de alinhadores. Algumas delas já trabalham com IA e, a cada planejamento novo, seus “cérebros mecânicos” aprendem mais um pouco, gerando resultados mais precisos e confiáveis. Outra área que observará uma mudança radical, e em pouco tempo, é a radiologia. Os super-computadores estão aprendendo a interpretar imagens radiográficas e dar diagnósticos com precisão superior ao humano!
Essa tecnologia, como várias outras, não tem mais volta. Cabe a nós, profissionais da saúde, nos adaptarmos a ela, adquirirmos capacidade de absorção dessa tecnologia na prática diária e tornarmos mais flexíveis às próximas mudanças que certamente irão acontecer. A Odontologia não irá acabar, mas se transformará radicalmente.
Para ler mais:
https://ortodontiamazzieiro.com.br/blog/a-adocao-de-novas-tecnologias-na-saude-qual-o-seu-perfil/
Referências:
- PETER DENSEN. Challenges and opportunities facing medical education. Trans Am Clin Climatol Assoc. 2011; 122: 48–58.
- https://www.elsevier.com/connect/medical-knowledge-doubles-every-few-months-how-can-clinicians-keep-up.