Quando me perguntam qual a principal contraindicação para um tratamento ortodôntico, a resposta é bem simples: Condição periodontal.
Embora a crença popular determine a idade como um possível impedimento ao tratamento, essa visão leiga tem sua raiz em anos passados, quando a Ortodontia era quase que exclusiva para pacientes jovens ou crianças e o perfil dos consultório e clínicas apresentavam uma clientela com 90% dessa característica.
Hoje, com o avanço dos conhecimentos ortodônticos, das técnicas, da compreensão dos diversos eventos biológicos envolvidos nos movimentos dentários induzidos pelos aparelhos, aliados à mudança do perfil populacional com as suas necessidades protéticas e estéticas, podemos arriscar que 50 a 60% dos pacientes dos consultórios de ortodontia encontram-se na faixa etária superior aos 40 anos.
Com essa nova perspectiva, o grande questionamento então recai sobre as possíveis contraindicações para o tratamento nessa população. Obviamente, com o avançar da idade, alterações metabólicas e hormonais são uma constante, principalmente no sexo feminino quando atinge a menopausa. Nessa fase, a perda de densidade óssea pode ocorrer em consequência da diminuição do estrogênio circulante, ocasionando quadros de osteopenia e, nos casos mais graves, osteoporose. Além disso, outras doenças metabólicas relacionadas também à idade e que também tem o potencial de interferir no turnover ósseo podem estar presentes, como hipotiroidismo, hipertiroidismo e diabetes. Apesar disso, nenhuma dessas patologias contraindicam de forma definitiva o tratamento se estiverem sendo controladas por medicamentos e sob rigoroso acompanhamento médico.
A grande vilã nessa estória é a condição periodontal!
Avaliar as condições de sustentação dos dentes, como a quantidade e qualidade do osso alveolar e a presença de problemas crônicos periodontais, como gengivites e bolsas podem comprometer o tratamento de forma temporária, até que se resolvam os problemas crônicos, ou de forma definitiva, quando o nível ósseo está reduzido a menos de um terço do tamanho das raízes dos dentes. Ao fazer a opção pelo tratamento, adequar mecânicas e o planejamento, simplificando-o, torna-se essencial. Trace objetivos realísticos e possíveis! Lembre-se que, nesse caso, mágica não existe!

Condição periodontal após 8 anos de tratamento
Para ler mais:
https://ortodontiamazzieiro.com.br/blog/ortodontista-o-que-e-a-sua-especialidade/