Uma das etapas cruciais na reabilitação de pacientes com fissuras labiopalatinas consiste na realização do enxerto ósseo alveolar. Idealmente o osso retirado da crista ilíaca é posicionado na região da fissura, naqueles casos em que ela atinge o rebordo dentário. A realização desse enxerto garante a estabilidade dos segmentos dos arcos, oferece suporte para a base do nariz e fornece osso suficiente para a erupção do canino permanente na área enxertada.
Contudo, na grande maioria dos casos de fissuras, o segmento menor do arco dentário superior encontra-se colabado, com uma situação de mordida cruzada e os incisivos adjacentes à fissura normalmente posicionam-se girados em direção à fenda. Essa situação não é favorável à cirurgia e requer uma intervenção ortodôntica prévia.


O planejamento ortodôntico consiste na utilização de um disjuntor maxilar e no alinhamento prévio dos incisivos, com o estabelecimento de um arco com formato mais adequado. Em alguns casos, quando existe uma mordida cruzada anterior, associa-se uma terapia de máscara facial ou alguma mecânica de projeção dos incisivos superiores.

Como resultado, podemos observar o aumento da área de fissura e a necessidade de uma maior quantidade de osso disponível para a realização da cirurgia. Como contenção desse preparo, substituímos o disjuntor por uma barra transpalatina, com prolongamentos anteriores tocando a palatina dos dentes superiores. Essa contenção permite ao cirurgião amplo acesso à área cirúrgica e uma estabilidade dos arcos. Nenhum movimento ortodôntico deverá ser realizado durante os três meses subsequentes à realização do procedimento cirúrgico.

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