Os nativos digitais constituem a geração que nasceu após os anos de 1980, junto com a evolução da internet. Numa concepção mais atual, englobam as gerações Y e Z. Vivem o tempo todo conectados à rede, recebendo e criando conteúdos das mais variadas fontes, sem muito aprofundamento e muitas vezes desconectadas. Transitam de forma natural em todos os ambientes online, estabelecendo relações interpessoais virtuais, participando de blogs, chats e diversas redes sociais. Grande parte deles não conhece o mundo sem a internet e sem a velocidade de transformação que ela possibilitou. No aspecto profissional, não lidam muito bem com hierarquias e frustrações, desejam uma ascensão rápida e não se prendem a uma carreira ou uma empresa. Muitos não gostam de cumprir horários fixos nem regras, sendo considerados petulantes e prepotentes! Fazem diversas atividades simultaneamente, mas quase sempre sem muita dedicação ou foco.
A Ortodontia é uma especialidade da Odontologia que transita entre a ciência e a arte. A destreza manual de um artesão e o conhecimento científico de um pesquisador são requisitos básicos da profissão. Ambos exigem do profissional a sensibilidade, a dedicação, horas incalculáveis de estudo e treinamento. Isso significa foco, concentração, determinação e sobretudo um alto grau de paciência para que os resultados clínicos e também financeiros aconteçam. Um tratamento ortodôntico não se realiza na velocidade da internet e vários meses ou até anos são necessários para a sua finalização. Além disso, um tempo relativamente longo é exigido para que o profissional se estabeleça no mercado de trabalho, hoje tão concorrido e até desleal.
Como encarar esse paradoxo?
Uma geração caracterizada pela velocidade, superficialidade e efemeridade da internet e das redes sociais diante de uma profissão que exige exatamente o oposto! Talvez isso explique a grande quantidade de jovens profissionais abandonando a profissão. Afinal perseverar exige paciência e, muitas vezes algum grau de frustração!
“Os nativos digitais vivem a efemeridade de forma holística. Apesar de estarem sempre conectados, raramente tentam absorver um tema com profundidade. Talvez por essa superficialidade, mudam de opinião com rapidez e frequência proporcionais ao liga-e-desliga do celular. ” – Walter Longo
Para ler mais sobre o assunto: https://ortodontiamazzieiro.com.br/blog/sucesso-em-ortodontia-a-regra-dos-10/
Referências:
- http://www.lendo.org/geracao-y-caracteristicas-educacao/
- Walter Longo. Marketing e comunicação na era pós-digital. As regras mudaram. São Paulo, HSM do Brasil, 2014, 312p.
- Enio T. Mazzieiro. Saúde 2.0 – A saúde na era das redes sociais: A revolução, o marketing e a ética. Maringá, Dentalpress ed., 2017, 112p.
- http://brasil.elpais.com/brasil/2015/02/20/politica/1424439314_489517.html