O desenvolvimento da tecnologia da informação e as redes sociais tem proporcionado uma mudança na forma da comunicação e nos comportamentos pessoais e profissionais da atualidade. As redes sociais podem ser consideradas como a mais nova revolução na maneira de se comunicar, ultrapassando os feitos de Gutenberg, no século XV, que após o desenvolvimento das prensas mudou a história da leitura e da circulação das ideias.
Como toda tecnologia nova, ela trás consigo novos parâmetros de comportamento que, como uma criança, necessita de estabelecimento de regras e limites. O pouco discernimento sobre o alcance das publicações, a perda da noção do que é público ou privado e a sensação de anonimato nas redes sociais têm provocado um verdadeiro caus! As redes sociais se tornaram um ambiente onde tudo é possível e onde verdades, moral, ética e discernimento convivem lado-a-lado com mentiras toscas, comportamentos imorais e idiotices de todos os níveis. Confunde-se propaganda com autopromoção sem o menor critério e sensatez.
Na área da saúde são frequentes os videos de procedimentos cirúrgicos extensos, posts com exposição de pacientes, discussão de casos clínicos, selfies em ambientes hospitalares e salas cirúrgicas, publicações denegrindo a imagem de pacientes, colegas de trabalho e instituições de saúde. A pergunta é: A quem interessa isso?
Mas tudo isso tem consequências!
Em 2011, um grande terremoto devastou quase que totalmente o Haiti. Diversos países mandaram ajuda humanitária para auxiliar no atendimento aos feridos, dentre eles, um grupo de médicos de Porto Rico. Mesmo com tanta devastação e desgraça humana, esse grupo encontrou tempo para postar fotos de feridos seminus, amputações de membros, cadáveres destroçados e festas regadas a bebidas e se exibindo portando armas pesadas do exército haitiano. As consequências não demoraram. Houve uma repercussão mundial, os médicos foram expulsos da ajuda humanitária e quando voltaram ao seu país perderam seus empregos.
Mais recentemente, aqui no Brasil, um jovem médico do interior de São Paulo e uma médica do Hospital Sírio-Libanês também foram vítimas de suas postagens e compartilhamento de mensagens indevidas nas redes sociais. Também perderam seus empregos e levaram com eles colegas que “apenas” compartilharam suas mensagens. Eles não foram os primeiros e não serão os únicos a passarem por isso. Ainda veremos novos episódios como esses e não se iluda pois já existe jurisprudência no sentido de se demitir, por justa causa, os autores de postagens e compartilhamentos indevidos. Estamos apenas na ponta do iceberg!
Para ler mais sobre isso: https://ortodontiamazzieiro.com.br/blog/o-facebook-a-odontologia-e-a-etica/