A utilização dos mini-implantes trouxeram novas perspectivas aos planejamentos dos tratamentos ortodônticos. Mecânicas mais complexas puderam ser substituídas por sistemas mais simples e efetivos, sem reações adversas em outros dentes. Os mini-implantes, da mesma forma que as mini-placas e mini-implantes extra-alveolares, são considerados dispositivos temporários de ancoragem (DATs) e a sua utilização vem substituindo diversos aparelhos intrabucais para a distalização de molares evitando-se os efeitos colaterais de vestibularização dos incisivos ou a falta de cooperação dos pacientes na utilização dos extrabucais.
De fácil instalação, a escolha do melhor sítio depende de fatores como distâncias entre as raízes dos dentes adjacentes, proximidade do seio maxilar, alturas de osso alveolar e de gengiva inserida. Dessa forma, algumas vezes serão necessárias adaptações à mecânica desejada, para se adequar aos limites biológicos que possam existir. Outro aspecto a ser observado na sua instalação diz respeito à angulação do dispositivo em relação ao osso alveolar. Angulações de 90o e de 45o podem ser utilizadas, onde a segunda permite maior quantidade de contato da superfície do parafuso com o osso, o que aumenta a sua estabilidade, mas também a possibilidade de invasão do seio maxilar.
Dessa forma, na impossibilidade do posicionamento ideal dos mini-implantes, algumas vezes temos que lançar mão de uma ancoragem indireta desses dispositivos adaptando as mecânicas desejadas, oferecendo ao paciente os melhores resultados possíveis, com os menores riscos biológicos. Associar o mini-implante com molas abertas e Sliding Jig pode representar uma alternativa bastante viável.
Bibliografia
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- Morten G. Laursen; Birte Melsen; Paolo M. Cattaneo. An evaluation of insertion sites for mini-implants. A micro-CT study of human autopsy material. Angle Orthod. 2013;83:222–229