O crescimento mandibular acontece principalmente nas regiões do ramo ascendente e dos côndilos, com aumento volumétrico em direção posterior e superior, conferindo uma resultante de deslocamento primário à mandíbula para baixo e para frente. A influência dos côndilos no crescimento normal do complexo craniofacial já está descrito na literatura e considera a cartilagem condilar um dos principais sítios do crescimento facial.
As fraturas condilares representam a segunda maior incidência de fraturas mandibulares e acontecem numa proporção de 2:1 em relação ao gênero, sendo mais frequente no masculino. Muitas vezes é ocasionada em decorrência de traumas indiretos ao côndilo, o que dificulta o seu diagnóstico e podem passar despercebidas. As fraturas com o deslocamento da cabeça condilar são as mais frequentes em crianças e relacionam-se às quedas de bicicletas, escadas ou a prática de esportes.
O tratamento pode envolver a redução aberta, por meio cirúrgico e com o reposicionamento dos fragmentos, oclusão e simetria facial ou a redução fechada, quando não há grandes deslocamentos dos fragmentos. Porém essa segunda opção, muitas vezes indicadas para pacientes pediátricos, pode evoluir para uma oclusão não satisfatória, limitações na abertura da boca e ao desenvolvimento de assimetrias esqueléticas, principalmente nos casos em que os pacientes apresentem ainda um grande potencial de crescimento.
Bibliografia:
- ABDUL RASHID et al. Mandibular condyle fracture – Effect of treatment on occlusal relationship. Pakistan Oral & Dental Journal Vol 34, No. 1 (March 2014)
- Nicholas ZACHARIADES, Michael MEZITIS, Constintine MOUROUZIS, Demetrius PAPADAKIS,
Athena SPANOU. Fractures of the mandibular condyle: A review of 466 cases. Literature review,
reflections on treatment and proposals. Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery 34, 421–432 (2006)